Manuel Ruisánchez é um arquiteto de Barcelona cuja obra vale a pena dar uma olhada. Chamo a atenção do leitor para dois edifícios. Em ambos casos se destacam a clareza na organização, a boa relação com o entorno, e a boa construção. Obras dessa qualidade, por várias décadas o padrão na Espanha, quando encontradas no Brasil são exceção e nunca ligadas a programas públicos. É um fato que deveria nos fazer pensar muito.
O primeiro é um centro cívico e biblioteca em frente à Sagrada Família. Destoa da arquitetura contemporânea pela falta de giros, dobras e fachadas aleatórias. Pelo contrário, é organizado de modo muito claro em torno a um espaço central onde estão as escadas. Um elemento externo que contém uma escada e o nome do lugar serve de anúncio e atração para os que não conhecem onde está o acesso. Mais imagens e informações aqui.
O segundo é um edifício residencial para jovens (já ouviram falar disso no Brasil?), também em Barcelona, cuja base é ocupada por uma creche pública e outros serviços sociais. O volume se articula em dois blocos de alturas distintas conectados por um bloco de circulações. As fachadas enfatizam a grelha que organiza cada volume, recuando os vidros para criar sacadas rasas. O colorido nas laterais das sacadas lembra recurso semelhante empregado por Le Corbusier em Marselha. Mais imagens e informações aqui.
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