No mundo da arquitetura atual criatividade é confundida com a capacidade de criar objetos insólitos, inéditos, quando não extravagantes e estapafúrdios. Dobras, giros, fachadas ondulantes conquistam editores, publicitários e políticos e fazem a fama fugaz de muitos.
Tenho defendido, inclusive neste blog (ver postagem anterior), um outro entendimento da noção de criatividade, que acredito ser de maior utilidade para as cidades e para a sociedade que se utiliza da arquitetura.
As imagens abaixo mostram um exemplo do que considero criatividade autêntica. Trata-se de um projeto do arquiteto espanhol Carlos Quintáns (um dos diretores da excelente revista Tectónica), realizado na Bahia, tendo como cliente um conterrâneo seu.
A localização do terreno impunha muitas dificuldades em termos de mão de obra e materiais disponíveis. A solução adotada utiliza tecnologia conhecida pelos construtores locais e materiais disponíveis, resultando numa obra crua e direta mas não por isso menos criativa, completamente adequada ao clima da região.
O ar circula livremente entre a laje e as telhas de fibro-cimento, que nessa obra atuam como cobertura e revestimento vertical, permitindo aumentar a inércia térmica das paredes. Além disso, grandes beirais protegem as paredes e o interior do excesso de sol.
Uma obra econômica em todos os sentidos (a planta, por exemplo, não é mais do que um retângulo cuja setorização é determinada pela posição do bloco de serviço) e mais uma demonstração de que alta qualidade arquitetônica pode ser encontrada até nas menores e mais modestas obras.
Mais explicações e ilustrações podem ser encontrados aqui.
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Casa Rodrigo, Carlos Quintáns, Vitória da Conquista, Bahia. Fonte: Blog Redfundamentos |
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Casa Rodrigo, Carlos Quintáns, Vitória da Conquista, Bahia. Fonte: Blog Redfundamentos |
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Casa Rodrigo, Carlos Quintáns, Vitória da Conquista, Bahia. Fonte: Blog Redfundamentos |
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Casa Rodrigo, Carlos Quintáns, Vitória da Conquista, Bahia. Fonte: Blog Redfundamentos |
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