Nos séculos anteriores a este não era incomum que membros da igreja se envolvessem em arquitetura, tanto no aspecto da construção como no da teoria. Dois importantes exemplos do século 18 são suficientes como ilustração: o italiano Carlo Lodoli e o francês Marc-Antoine Laugier, ambos importantes na gênese da arquitetura moderna.
No século 20 a presença dos religiosos na arquitetura é bem menor mas não há como ignorar os chilenos Martín Correa e Gabriel Guarda, autores do conhecido Mosteiro Beneditino em Santiago, e o holandês Dom Hans van der Laan (1904-91), monge beneditino, que é o objeto desta nota.
Enquanto dos chilenos não se conhece nada mais do que aquela igreja, van der Laan teve uma extensa e variada produção, quase toda no âmbito da Igreja. Além de edifícios inteiros e reformas de edifícios existentes, van der Laan projetou mobiliário para os edifícios religiosos, indumentária e objetos para os rituais, e até mesmo um alfabeto. A sua arquitetura é formalmente contida e austera, se destacando pela qualidade construtiva. Sua produção deveria ser olhada com cuidado por quem acredita que é arquitetura não deve ser mais do que o cenário em a vida acontece.
Além da atividade projetual e construtiva, van der Laan elaborou uma teoria do espaço arquitetônico a qual, no mínimo, merece ser lida com atenção.
Para quem tiver curiosidade de conhecer mais sobre esse arquiteto tão fora do do comum, há três livros disponíveis: Dom Hans Van Der Laan, Dom Hans Van Der Laan - Tomelilla e Architectonic Space: Fifteen Lessons on the Disposition of the Human Habitat.
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Hans van der Laan, 1904-1991 |
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Hans van der Laan, Convento Franciscano, Waasmunster-Roosenberg, Bélgica, 1972-75 |
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Hans van der Laan, Abadia Beneditina, Mariavall-Tomelilla, 1987-95 |
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Hans van der Laan, Abadia Beneditina, Vaals, Holanda, 1956-86 |
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Hans van der Laan, Alfabeto |
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Hans van der Laan, ilustração do tratado sobre o espaço arquitetônico |
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