![]() |
Rafael Moneo, Edificio Audrey Jones Beck do Museo de Belas Artes de Houston, imagem estudio Rafael Moneo. |
Se, para resolver um problema, um arquiteto propõe uma forma, o
problema fica circunscrito e, ainda que não pareça fácil de resolver, pelo
menos é um só. Se, para resolver o mesmo problema esse arquiteto divide a forma
em duas, na realidade deve resolver três questões: duas formas e a relação que
se estabelece entre elas. Logo, com uma divisão formal maior o número de
problemas a resolver se multiplica…
Esta simples reflexão deveria bastar para consagrar um princípio
universal da forma arquitetônica compacta
a qual, obviamente, implica motivos de maior importância do que o de economizar
o esforço do arquiteto.
Se a isso acrescentamos a lógica do intercâmbio de temperatura da
forma em relação a sua superfície podemos chegar ainda mais longe. Duas formas
possuem mais superfície que outra do mesmo volume e igual geometria que as
anteriores. Ou seja, sendo o volume interno igual, duas formas trocam com o
exterior mais energia que apenas uma. Esta simples razão já seria um motivo
adicional de elogio da compacidade.
O resumo dessas duas funções, da economia de meios e de energia,
valeria para extrapolar não apenas um princípio da compacidade em arquitetura,
mas também em urbanismo: porque só a cidade compacta é sustentável. Tanto que é
fácil deduzir que devemos nossa sobrevivência como espécie a esse viver juntos,
muito juntos, compactos.
Sendo assim, duvidem de quem fale em ecologia na arquitetura se a
primeira coisa que diz é algo como combustíveis fósseis, isolamento, placas
solares ou outras mil distrações. Só a compacidade pode ser a primeira
preocupação de todos os que pensam, honestamente, no tema da ecologia na
arquitetura, e inclusive dos que falam de economia. Tudo o mais é literatura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário